LengaLenga

Existe uma necessidade constante de ascender ao universo dos sonhos, ultrapassando barreiras intransponíveis, movendo-nos no sentido de atingir a frequência onde brilham os poetas, onde se abraçam as estrelas e se destacam os músicos.
A LengaLenga surge como uma forma de desmistificação da música, considerando relevante um regresso às origens, uma recuperação do contorno dos sonhos que permaneciam intactos devido à ausência de transparência e limpidez.

Depois de diferentes encarnações e muitas falsas partidas, a LengaLenga arranca finalmente em força!
Já era tempo de começar a abanar esta fraca estrutura e contagiar as pessoas com ideias e dinamismo. Esta LengaLenga surge assim como uma prova de amor! Amor pela música, pela arte, pelo sonho e pela vontade de criar e mudar o cinzentismo que se instaurou nos últimos tempos. Não pretendemos qualquer tipo de pretenciosismo, ser nenhuma resposta a problema, salvação de almas perdidas, nem exemplo a seguir. Orientamo-nos apenas na busca onírica de pormenores, construindo todas as estruturas a partir do material que nos remete a um universo paralelo de efémeras cores que rodopiam em torno de sorrisos apaixonados.
Pretendemos apenas não estar parados e dar mais balanço ao baloiço que decidimos montar. Não temos estruturas em condições, nem meios ideais; temos apenas gente capaz e muita vontade. Tudo isto são razões mais que suficientes para avançar. Aqui vamos nós!

A LengaLenga lança-se numa experiência editorial e convida um grupo de músicos a participar numa compilação. A ideia é de criar um veículo de exibição de experiências no campo da música, feitas na sua maioria em casa, em registo lo-fi, com mais determinação e paixão, do que meios e fidelidade técnica. Com esta edição pretendemos fazer uma modesta homenagem a todos aqueles que antes de nós acreditaram na edição independente como um veículo válido de divulgação musical. Desta forma surgiu a ideia e a necessidade de procurar um meio de edição diferente e original. Encontramos nas velhinhas compilações em cassete áudio, uma resposta para este nosso conceito. A fita magnética, o lado A e o lado B, o seu reduzido tamanho, um objecto tão familiar que já vai estando tão esquecido... A cassete não morreu!! Nós gostamos da cassete!!

A LengaLenga encontra-se em expansão infinita indo de encontro ao espaço onde se desdobra o ritmo para que as palavras inertes comecem a dançar...
Deixemo-nos levar...